Condições extremas para o SuperSurf em Xangri-Lá

Um sábado de condições extremas transformaram o SuperSurf Internacional num grande desafio para os surfistas em Xangri-Lá. Mar de ressaca, séries mexidas de 6-8 pés quebrando atrás da Plataforma de Atlântida, água passando por baixo da arena do evento na praia provocando interrupções, um verdadeiro teste de resistência para todos os envolvidos na etapa inédita do ASP World 5-Star em Xangri-Lá, no litoral norte do Rio Grande do Sul. O início da rodada dos 48 melhores chegou a ser adiado das 7 para as 8 horas, mas a primeira bateria teve que ser cancelada e só retornou as 10 horas.

Apesar das condições mais adversas do dia, as melhores apresentações aconteceram nas primeiras baterias. Com as interrupções necessárias para garantir a segurança de todos, só foi possível realizar onze dos doze confrontos dessa terceira fase. O último ficou para abrir o domingo decisivo do SuperSurf Internacional.

Esta bateria deve entrar no mar as 7 horas e o formato da competição precisou ser modificado para baterias com quatro competidores até a final. A previsão é definir o vencedor do prêmio de 16.000 dólares oferecido ao campeão por volta das 12 horas na Praia de Atlântida. O título também vale 2.000 pontos para o ranking mundial unificado da ASP e para o Sul-americano da ASP South America.

A primeira bateria do sábado de ondas gigantes em Xangri-Lá entrou no mar duas vezes. A primeira foi as 8 horas, mas a dificuldade para os juízes visualizarem a cor das camisetas e identificarem os atletas, motivou a comissão técnica a cancelar a bateria. A competição só foi retomada às 10 horas e o surfista de Fernando de Noronha (PE), Patrick Tamberg, ganhou nota 9,17 num expresso de direita, escalando o paredão três vezes para fazer as manobras no crítico da onda.

“Realmente está bem difícil, não pelo mar e mais pela correnteza porque lá dentro tem altas ondas”, falou Patrick Tamberg, após a vitória sobre Charlie Brown, Vicente Romero e Felipe Teixeira. Ele também comentou sobre a experiência que viveu logo cedo, quando entrou no mar e a bateria foi cancelada antes da metade dos seus 25 minutos de duração.

“Foi bem complicado, estava dificil mesmo, os juizes não conseguiam distinguir a cor da lycra, quem estava surfando a onda, então acho que eles fizeram certo. O mar agora já está bem diferente, melhorou e a dificuldade maior é a correnteza no outside. Mas o jetski está ajudando muito, parabéns aos caras que estão pilotando”, destacou Patrick Tamberg.

Na segunda bateria, o experiente Peterson Rosa, recordista com oito vitórias em etapas da ASP South America, fez um novo recorde para o SuperSurf Internacional de Xangri-Lá. Com notas 8,60 e 8,50 nas duas melhores ondas que surfou, o paranaense elevou o maior placar do campeonato pela segunda vez no sábado. Patrick Tamberg já havia batido a marca de 16,40 pontos com os 16,67 que registrou, mas Peterson Rosa atingiu 17,10 pontos com a sua brilhante atuação.

E o recorde de nota – 9,40 – também quase foi superado pelo paulista Robson Santos na quarta bateria do dia. Ele recebeu nota 9,33 detonando uma direita da série, que acabou sendo a única onda boa que surfou na bateria. Teve que somar uma nota 1,80 e mesmo assim derrotou os baianos Franklin Serpa e Bruno Galini, além do potiguar John Max.

“Só fiquei sabendo aqui fora que a nota foi 9,33”, confessou Robson Santos. “Lá no fundo está bem difícil de achar as ondas. Nessa do high-score, o Franklin (Serpa) remou, só que fechou pra ele, mas abriu pra mim e tentei fazer a onda até o fim. Estou amarradão que saiu o notão, mas eu passei um sufoco sem saber de nada lá dentro”.

Robson também comentou sobre as difíceis condições do mar no sábado. “O jetski está ajudando muito, mas a dificuldade é que eram só dois jets pra quatro atletas, então tem hora que fica bem complicado. Eu mesmo, no final da bateria fiquei tomando ondas na cabeça, chamando o jet, ele não vinha, aí acabei meio que abandonando a disputa. Só aqui fora soube que tinha passado em primeiro. Eu gosto de competir em mar assim, grande, então estou feliz pela classificação”.

ESTRANGEIROS CLASSIFICADOS – Dos quatro estrangeiros que competiram no sábado, apenas o chileno Manuel Selman não avançou para a rodada dos 24 melhores do SuperSurf Internacional no Rio Grande do Sul. O argentino Leandro Usuña e o francês Vincent Duvignac passaram em segundo lugar nas suas baterias. Já o norte-americano Chris Waring venceu a que fechou o verdadeiro desafio do sábado na Praia de Atlântida, a mesma em que Manuel Selman terminou em último lugar.

O SuperSurf Internacional 2011 é produzido pela Editora Abril com patrocínio da Peugeot e esta etapa do ASP World 5-Star também conta com o apoio da marca Nicoboco, Prefeitura Municipal de Xangri-Lá, Federação Gaúcha de Surf e da Associação de Surf e Proteção de Atlântida. O evento é homologado pela ASP South America, oferece premiação de 120.000 dólares, vale 2.000 pontos para o ASP World Ranking e pode ser acompanhando pelo www.aspsouthamerica.com.br com as finais no domingo também sendo transmitidas ao vivo pela ESPN Brasil.

PROGRAMAÇÃO DO DOMINGO NO SUPERSURF DE XANGRI-LÁ:

07:00 horas – 12.a bateria da terceira fase – Rodada dos 48 melhores

07:25 horas – Quarta fase – Rodada dos 24 melhores

09:55 horas – Quartas de final

11:35 horas – Semifinais

12:40 horas – Grande Final do SuperSurf Internacional

13:15 horas – Cerimônia de Premiação no Pódio

QUARTA FASE – 24 melhores – 3.o=17.o lugar – US$ 1.800 e 475 pontos:

1.a: Patrick Tamberg (BRA), Tomas Hermes (BRA), Alex Ribeiro (BRA)

2.a: Peterson Rosa (BRA), Tânio Barreto (BRA), Charlie Brown (BRA)

3.a: Robson Santos (BRA), Diego Rosa (BRA), Luel Felipe (BRA)

4.a: Franklin Serpa (BRA), Gabriel Galdino (BRA), Fábio Carvalho (BRA)

5.a: Odirlei Coutinho (BRA), Dennis Tihara (BRA), Stefano Dornelles (BRA)

6.a: Simão Romão (BRA), Halley Batista (BRA), Leandro Usuña (ARG)

7.a: Chris Waring (EUA), Marco Fernandez (BRA) + 2.o da 12.a bateria da 3.a fase

8.a: Vincent Duvignac (FRA), Bernardo Lopes (BRA) + 1.o da 12.a bateria

TERCEIRA FASE – 3.o=25.o lugar (US$ 1.300 e 386 pts) / 4.o=37.o lugar (US$ 1.000 e 267 pts):

1.a: 1-Patrick Tamberg (BRA), 2-Charlie Brown (BRA), 3-Vicente Romero (BRA), 4-Felipe Teixeira (BRA)

2.a: 1-Tomas Hermes (BRA), 2-Tanio Barreto (BRA), 3-Alvaro Bacana (BRA), 4-Vitor Valentim (BRA)

3.a: 1-Peterson Rosa (BRA), 2-Alex Ribeiro (BRA), 3-Ricardo Ferreira (BRA), 4-Adilton Mariano (BRA)

4.a: 1-Luel Felipe (BRA), 2-Fábio Carvalho (BRA), 3-Gustavo Fernandes (BRA), 4-Caetano Vargas (BRA)

5.a: 1-Robson Santos (BRA), 2-Franklin Serpa (BRA), 3-Bruno Galini (BRA), 4-John Max (BRA)

6.a: 1-Gabriel Galdino (BRA), 2-Diego Rosa (BRA), 3-Alan Jhones (BRA), 4-Ulisses Meira (BRA)

7.a: 1-Odirlei Coutinho (BRA), 2-Leandro Usuña (ARG), 3-Sidney Guimarães (BRA), 4-Renato Galvão (BRA)

8.a: 1-Dennis Tihara (BRA), 2-Simão Romão (BRA), 3-Michel Roque (BRA), 4-Jorge Spanner (BRA)

9.a: 1-Halley Batista (BRA), 2-Stefano Dornelles (BRA), 3-Magno Pacheco (BRA), 4-Dunga Neto (BRA)

10: 1-Marco Fernandez (BRA), 2-Vincent Duvignac (FRA), 3-Marthen Pagliarini (BRA), 4-Jano Belo (BRA)

11: 1-Chris Waring (EUA), 2-Bernardo Lopes (BRA), 3-João Paulo Abreu (BRA), 4-Manuel Selman (CHL)

12: Jihad Khodr (BRA), David do Carmo (BRA), Rudá Carvalho (BRA), Peterson Crisanto (BRA)

João Carvalho –