Festa do Surf no Rio começa nesta terça-feira

Evento que reúne os grandes ídolos do início do Circuito Mundial começa nesta terça-feira já com os classificados na triagem da segunda-feira no Rio de Janeiro

Lula Menezes (BRA) FotoSurf: Fabio Minduim

Lula Menezes (BRA) FotoSurf: Fabio Minduim

O bicampeão brasileiro Ricardo Toledo e o cearense Fábio Silva se classificaram na triagem dos surfistas de 36-49 anos e na dos que têm 50 anos ou mais as duas últimas vagas foram conquistadas por Zé Alla e Lula Menezes. A disputa da triagem para o SuperSurf ASP World Masters Championship na Praia do Arpoador aconteceu num clima descontraído e reuniu grandes nomes do surfe brasileiro na segunda-feira de ondas de 2 pés com boa formação no Arpoador. Agora será a vez dos ídolos da história do Circuito Mundial estrearem no Rio de Janeiro. A previsão é iniciar a competição às 8 horas nesta terça-feira e todos competem desde a primeira fase das categorias Master e Grand Master.

No total, 32 surfistas disputaram a triagem Master e a Grand Master contou com dezesseis participantes, incluindo algumas lendas vivas como Rossini “Maraca” Maranhão, os irmãos Otavio e Fabio Pacheco, Paulo Proença e Wadih Mansur, que fazem parte das primeiras gerações do surfe brasileiro. Destes, só Fabio Pacheco passou as duas baterias para chegar na final, mas terminou em último e não conseguiu a classificação para o SuperSurf ASP World Masters. Além dele, Antonio Abrantes também ficou de fora e Zé Alla e Lula Menezes festejaram a conquista das vagas.

Na triagem Master, a batalha final foi mais emocionante e decidida no último minuto, quando o cearense Fábio Silva surfou sua melhor onda na bateria para superar o carioca Sergio Noronha na briga pela segunda vaga.

Lula Menezes (BRA) FotoSurf: Fabio Minduim

Lula Menezes (BRA) FotoSurf: Fabio Minduim

 

O vencedor foi o paulista Ricardo Toledo, bicampeão brasileiro de 1991 e 1995, que achou boas ondas em todas as três baterias que disputou no Arpoador na segunda-feira. O baiano Armando Daltro também fez belas apresentações, mas acabou em quarto lugar e agora espera que algum estrangeiro não compareça, pois ele é o primeiro substituto da lista.

Coletiva de imprensa. FotoSurf: Fabio Minduim

Coletiva de imprensa. FotoSurf: Fabio Minduim

COLETIVA DE IMPRENSA – Outra grande atração da segunda-feira foi a coletiva de imprensa com as principais estrelas do SuperSurf ASP World Masters Championship no Copacabana Praia Hotel. A maioria das atrações internacionais também compareceu, mas os componentes da mesa foram o tricampeão mundial Tom Curren, o bicampeão Master Gary Elkerton, outro campeão Master, Cheyne Horan, que venceu duas vezes a etapa do Brasil no Arpoador na década de 70, além dos brasileiros Daniel Friedman, Fábio Gouveia e Renan Rocha.

Todos se mostraram bastante felizes pelo retorno da competição que não acontecia há 10 anos e por estarem de volta ao Brasil. “Fiquei muito contente quando soube da volta do evento e principalmente em poder rever e compartilhar bons momentos com os amigos que há muito tempo eu não via. Cada um seguiu seu caminho e este evento é a chance de podermos estar todos juntos de novo, inclusive com as gerações mais novas”, falou Cheyne Horan, campeão mundial Master de 1999 que já completou 50 anos de idade e vai estrear na Grand Master.

Ele chegou até a arriscar responder as perguntas em português e arrancou aplausos dos presentes na coletiva. Grande atração do evento, Tom Curren só participou das duas últimas edições do Mundial Masters da ASP e foi vice-campeão na estreia dele na categoria em 2000 na França. Até hoje, é o único surfista que foi campeão mundial amador Junior (1980) e Open (1982) e do circuito profissional da ASP três vezes, em 1985, 1986 e 1990. Foi perguntado a ele se falta o título Master para completar o ciclo de conquistas no surfe mundial.

“Muitas pessoas me falam isso, mas para mim o mais importante é estar aqui revendo todos que competiram comigo no passado, podendo ter este convívio novamente, mas num clima diferente, de confraternização”, disse Tom Curren. “Mas, claro que existe a competição e todos estão aqui para isso, então tem um objetivo que é vencer. Não é como antigamente, o clima é diferente, mais relaxado, sem tanta pressão por resultado. Estou feliz por estar aqui no Brasil de novo para competir e espero que dê boas ondas durante essa semana para que todos possam sair felizes daqui”.

Já Gary Elkerton lamentou a enorme lacuna de 10 anos sem realização do Mundial Masters e elogiou a iniciativa dos brasileiros em resgatar a competição. “Para muitos de nós, que ficamos 10, 15 anos competindo, parar de repente é complicado. Eu procurei trabalhar em outras coisas, mas a vontade de competir está dentro da gente. É importante ter esse evento para que possamos continuar nossa carreira, mesmo que num patamar diferente”, falou o bicampeão da categoria Master, que vai tentar o tricampeonato no SuperSurf ASP World Masters Championship.

O maior ídolo do surfe brasileiro em todos os tempos, Fábio Gouveia, também comentou sobre isso. “Eu senti falta do evento. Lembro que quando estava parando de competir a nível profissional, eu via esta categoria Master como uma válvula de escape, só que foi bem na hora que não teve mais o Mundial. Estar aqui agora com todas essas feras e com a possibilidade de competir de novo com eles é quase um sonho para mim e para todos os brasileiros que até agora não tiveram a chance de participar desta categoria”, falou Fábio Gouveia.

Durante a coletiva, chegou a ser comentado sobre um Circuito Mundial Masters, mas Renan Rocha preferiu valorizar a realização do SuperSurf ASP World Masters Championship. “Acho muito boa a idéia de um circuito, com etapas em lugares como Fiji, África do Sul, Bells Beach, mas é preciso destacar a iniciativa da Editora Abril (que adquiriu os direitos do evento por três anos), da Hang Ten e dos outros patrocinadores que viabilizaram este evento aqui no Brasil que há 10 anos não rolava. Com ele, ganhei motivação de novo e espero que a categoria só cresça daqui pra frente”.

O carioca Daniel Friedman é o único brasileiro que já participou desta competição, na última delas em 2001 na Irlanda. Ele também venceu uma etapa no Arpoador em 1977, na segunda edição do Circuito Mundial de Surfe Profissional. Daniel destacou a verdadeira confraternização entre ídolos de várias gerações como maior atrativo do evento. “É muito legal ter todos estes surfistas que fizeram a história do esporte se apresentando ainda em algum lugar. Ótimo que será aqui no Brasil. Fui para a Irlanda e senti lá o clima totalmente descontraído de todos. Isso é uma verdadeira confraternização. Tem o lado competitivo, mas o mais importante é essa reunião dos ídolos de várias gerações”.

FORMATO ESPECIAL – Nesta terça-feira todos estarão se apresentando no Arpoador. O início do SuperSurf ASP World Masters Championship está previsto para as 8 horas, mas vai depender das condições do mar. O formato da competição é especial para a categoria, não sendo utilizado em nenhum outro evento no mundo. Todos são divididos numa mesma fase e competem outras vezes com adversários diferentes, somando os pontos das suas colocações nas baterias. O vencedor marca 10 pontos, o segundo lugar ganha 7, o terceiro leva 4 e o último fica com 1 ponto.

No encerramento das fases classificatórias, os oito que conquistarem mais pontos avançam para as quartas de final, quando os duelos passam para o formato homem-a-homem, que prossegue até a final. Na Master, os 24 participantes são divididos em seis baterias com quatro atletas. Nesta categoria, cada um compete um mínimo de cinco vezes com adversários diferentes. Depois, os resultados das baterias são computados e os oito maiores pontuadores avançam para continuarem a busca pelo título mundial Master nas quartas de final.

Na Grand Master, o sistema de disputa é o mesmo, mas com um número menor de competidores. Então, os dezesseis participantes são divididos em quatro baterias e cada um entra no mar quatro vezes para definir os oito que somarão mais pontos, de acordo com as colocações obtidas. Todos já estão escalados nas rodadas classificatórias do SuperSurf ASP World Masters, faltando apenas os nomes dos que sairão classificados da triagem na segunda-feira.

PRIMEIRA FASE DA TRIAGEM MASTER – 36 a 49 anos:

1.a: 1-Armando Daltro (BRA), 2-Renato Phebo (BRA), 3-Jeronimo Telles (BRA), 4-Rosaldo Cavalcanti (BRA)

2.a: 1-Carlos Santos (BRA), 2-Rodrigo Jorge (BRA), 3-Mauro Pacheco (BRA), 4-Frederico Delfin (BRA)

3.a: 1-Pedro Muller (BRA), 2-Junior Maciel (BRA), 3-Alex Miranda (BRA), 4-Ismael Miranda (BRA)

4.a: 1-Ricardo Toledo (BRA), 2-Crhistiano Spirro (BRA), 3-Rodolfo Lima (BRA), 4-Renato Coutinho (BRA)

5.a: 1-Fabio Silva (BRA), 2-Sergio Noronha (BRA), 3-Roni Ronaldo (BRA), 4-Sergio Penna (BRA)

6.a: 1-Ricardo Tatuí (BRA), 2-Savio Carneiro (BRA), 3-Caia Souza (BRA), 4-Hugo Pacheco (BRA)

7.a: 1-Guga Arruda (BRA), 2-Kiko Ferreira (BRA), 3-Nelson Ferreira (BRA), 4-Frederico D´Orey (BRA)

8.a: 1-Piu Pereira (BRA), 2-Dadá Figueiredo (BRA), 3-Eduardo Chalita (BRA), 4-Eraldo Gueiros (BRA)

QUARTAS DE FINAL DA TRIAGEM MASTER:

1.a: 1-Crhistiano Spirro (BRA), 2-Armando Daltro (BRA), 3-Carlos Santos (BRA), 4-Junior Maciel (BRA)

2.a: 1-Pedro Muller (BRA), 2-Ricardo Toledo (BRA), 3-Renato Phebo (BRA), 4-Rodrigo Jorge (BRA)

3.a: 1-Fabio Silva (BRA), 2-Ricardo Tatui (BRA), 3-Dadá Figueiredo (BRA), 4-Kiko Ferreira (BRA)

4.a: 1-Sergio Noronha (BRA), 2-Piu Pereira (BRA), 3-Guga Arrruda (BRA), 4-Savio Carneiro (BRA)

SEMIFINAIS DA TRIAGEM MASTER:

1.a: 1-Ricardo Toledo (BRA), 2-Armando Daltro (BRA), 3-Pedro Muller (BRA), Christiano Spirro (BRA)

2.a: 1-Fabio Silva (BRA), 2-Sergio Noronha (BRA), 3-Piu Pereira (BRA), 4-Ricardo Tatui (BRA)

FINAL DA TRIAGEM MASTER – os dois primeiros se classificam para o evento principal:

1-Ricardo Toledo (BRA), 2-Fabio Silva (BRA), 3-Sergio Noronha (BRA), 4-Armando Daltro (BRA)

PRIMEIRA FASE DA TRIAGEM GRAND MASTER – 50 anos ou mais:

1.a: 1-Odalto Castro (BRA), 2-Fred Rozario (BRA), 3-Otavio Pacheco (BRA), 4-Rossini Maranhão (BRA)

2.a: 1-Antonio Abrantes (BRA), 2-Fabio Pacheco (BRA), 3-Larry Ipanema (BRA), 4-Paulo Proença (BRA)

3.a: 1-Zé Alla (BRA), 2-Marcio Mundin (BRA), 3-Roberto Andrade (BRA), 4-Ronaldo Alvarenga (BRA)

4.a: 1-Lula Menezes (BRA), 2-Renato Larica (BRA), 3-Italo Marcelo (BRA), 4-Wadih Mansur (BRA)

SEMIFINAIS DA TRIAGEM GRAND MASTER:

1.a: 1-Fabio Pacheco (BRA), 2-Antonio Abrantes (BRA), 3-Fred Rozario (BRA), 4-Odalto Castro (BRA)

2.a: 1-Lula Menezes (BRA), 2-Zé Alla (BRA), 3-Marcio Mundin (BRA), 4-Renato Larica (BRA)

FINAL DA TRIAGEM GRAND MASTER:

1-Zé Alla (BRA), 2-Lula Menezes (BRA), 3-Antonio Abrantes (BRA), 4-Fabio Pacheco (BRA)

BATERIAS DA PRIMEIRA FASE DO EVENTO PRINCIPAL MASTER – 36 a 49 anos:

1.a: Barton Lynch (AUS), Rob Bain (AUS), Flavio Padaratz (BRA), Richard Lovett (AUS)

2.a: Gary Elkerton (AUS), Brad Gerlach (EUA), Richie Collins (EUA), Guilherme Herdy (BRA)

3.a: Derek Ho (HAV), Victor Ribas (BRA), Kaipo Jaquias (HAV), Jojó de Olivença (BRA)

4.a: Tom Curren (EUA), Jake Paterson (AUS), Shea Lopez (EUA), Renan Rocha (BRA)

5.a: Mark Occhilupo (AUS), Fabio Gouveia (BRA), Marty Thomas (EUA), Fabio Silva (BRA)

6.a: Luke Egan (AUS), Peterson Rosa (BRA), Nathan Webster (AUS), Ricardo Toledo (BRA)

PRIMEIRA FASE DO EVENTO PRINCIPAL GRAND MASTER – 50 anos ou mais:

1.a: Shaun Tomson (AFR), Hans Hedemann (HAV), Buzzy Kerbox (HAV), Daniel Friedman (BRA)

2.a: Wayne Bartholomew (AUS), Glen Winton (AUS), Peter Townend (AUS), Iain Buchanan (NZL)

3.a: Michael Ho (HAV), Simon Anderson (AUS), Ian Cairns (AUS), Lula Menezes (BRA)

4.a: Cheyne Horan (AUS), Terry Richardson (AUS), Terry Fitzgerald (AUS), Zé Alla (BRA)

CAMPEÕES MUNDIAIS MASTER (35 a 44 anos) E GRAND MASTER (45 ou mais):

2001: Gary Elkerton (AUS) e Mark Richards (AUS) em Bundoran – IRLANDA

2000: Gary Elkerton (AUS) e Michael Ho (HAV) em Lafitenia – FRANÇA

1999: Cheyne Horan (AUS) e Wayne Bartholomew (AUS) em Lafitenia – FRANÇA

1998: Joey Buran (EUA) e Buzzy Kerbox (HAV) em Puerto Escondido – MEXICO

1997: Terry Richardson (AUS) foi o primeiro campeão em Cloudbreak, Tavarua Island – FIJI

João Carvalho –

 

Tags: