Brasil já está garantido nas semifinais do ASP World Tour de surf em New York

Josh Kerr mandou Jadson e o americano Slater para a repescagem, mas os dois conseguiram sobreviver. Heitor derrubou o australiano Joel Parkinson.

Alejo Muniz avança direto às quartas de finais. Foto Surf: ASP / Rowland.

Alejo Muniz avança direto às quartas de finais. Foto Surf: ASP / Rowland.

O Brasil já está garantido nas semifinais do Quiksilver Pro New York de 1 milhão de dólares nos Estados Unidos. Isso porque o catarinense Alejo Muniz e o cearense Heitor Alves vão disputar a terceira bateria das quartas de final, que serão iniciadas pelo duelo do potiguar Jadson André com o australiano Taj Burrow. O segundo será entre Kelly Slater e o recordista nas ondas de Long Beach, Josh Kerr. E Owen Wright faz um confronto australiano com Julian Wilson na última quarta de final. O vencedor do prêmio recorde de 300 mil dólares será conhecido nesta sexta-feira na praia sempre lotada com a etapa inédita do ASP World Tour na costa leste dos Estados Unidos.

Os aéreos continuaram arrancando as maiores notas dos juízes na quinta-feira de ondas maiores, com 5-6 pés, porém com a maioria fechando rápido para uma maior sequência de manobras. Alguns precisaram competir três vezes, como o cearense Heitor Alves. Ele começou o dia despachando Adrian Buchan com o aéreo 360 sem as mãos na prancha que acertou em duas ondas. Alejo Muniz tinha acabado de ganhar fácil de outro australiano, Kieren Perrow, com os dois se encontrando na rodada classificatória para as quartas de final.

A bateria foi fraca de ondas e Alejo Muniz garantiu a passagem direta com apenas 12,10 pontos. Já Heitor Alves foi para a repescagem encarar o número 3 do ranking, Joel Parkinson. O australiano saiu na frente atacando uma esquerda que abriu uma longa parede para começar com nota 7,67. A primeira do brasileiro valeu 5,67, mas ele conseguiu a virada na sua quinta onda, quando ganhou nota 7,90 que fechou o placar em 13,57 x 13,00 pontos.

“Estou muito feliz, foi inacreditável”, disse Heitor Alves. “Eu consegui ganhar do Joel Parkinson, foi incrível isso e agora estou mais instigado ainda de vencer esse campeonato. As ondas são parecidas com as do Brasil, boas para os aéreos e as manobras estão saindo. Tomara que as ondas continuem vindo pra mim nas baterias e amanhã (sexta-feira) é o grande dia”.

Alejo comentou a bateria do cearense na transmissão ao vivo do evento – http://quiksilverpro.com/live.pt.html – e torceu por ele, preferindo a garantia de ter um surfista do Brasil nas semifinais. Alejo atropelou o australiano Kieren Perrow na terceira fase, depois derrotou Heitor Alves e o havaiano Fredrick Patacchia na rodada de baterias com três competidores. Aí ficou só assistindo a repescagem de “gala” em Long Beach.

“Desde Jeffreys Bay (África do Sul) estou competindo mais tranqüilo, sabendo que posso passar baterias, porque no começo foi tudo novo pra mim”, disse Alejo Muniz, após a sua segunda vitória no dia. “Esta é a terceira vez que eu chego nas quartas de final e espero passar para as semifinais dessa vez, pois nas outras duas vezes eu não consegui. O bom de tudo é que eu ou o Heitor (Alves) vai representar o Brasil nas semifinais”.

BATERIA BRASILEIRA – Jadson e Mineirinho já tinham passado pela terceira fase na quarta-feira, então entraram direto na rodada classificatória para as quartas de final. Adriano de Souza chegou a liderar boa parte da sua bateria, mas Taj Burrow voou alto em um aéreo para ganhar por 14,93 x 14,77 pontos. E Jadson nada pôde fazer contra um inspirado Josh Kerr, que comandou o show mais uma vez com vôos espetaculares, aumentando o recorde do campeonato para 19,27 pontos. Kelly Slater ficou em segundo nessa bateria e Jadson em último.

Os dois acabaram se enfrentando na repescagem e Mineirinho largou na frente com um aéreo 360 numa direita que valeu nota 7,43. Jadson pegou uma esquerda um pouco menor, começou com um aéreo reverse, emendou com uma rasgada e mais um aéreo pequeno para ganhar 6,93. O potiguar é rápido e logo acha outra esquerda melhor, consegue uma sequência de batidas e rasgadas, com um aéreo na finalização. Os juízes deram nota 6,67 e ela acabou fechando a vitória por 13,60 x 12,93 pontos. Essa é a terceira etapa seguida que Mineirinho é barrado por um brasileiro, desde que conquistou o título do Billabong Rio Pro e a liderança do ranking no Brasil.

GRUPO FECHADO – No penúltimo dia do Quiksilver Pro New York já foi fechado o grupo dos 32 surfistas que vai disputar o restante do ASP World Title Race 2011. O norte-americano C. J. Hobgood e o havaiano Fredrick Patacchia eram os únicos que ainda tinham chances de permanecer na elite, mas fracassaram na quinta-feira. Além deles, o australiano Adam Melling e os norte-americanos Bobby Martinez e Gabe Kling também ficaram de fora dos 32 primeiros colocados do ASP World Ranking e se despediram da divisão de elite do ASP World Tour.

Diferente dos Estados Unidos e do Havaí, a Austrália ainda classificou Yadin Nicol como uma das três novidades do G-32 já para a próxima etapa, nos dias 14 a 18 de setembro em Trestles, também nos Estados Unidos. As outras são do Brasil, que não perdeu ninguém e passará a contar com o reforço de mais dois especialistas em manobras inovadoras, Gabriel Medina e Miguel Pupo. Agora são sete brasileiros no seleto grupo dos 32 melhores do mundo.

QUARTAS DE FINAL – 2.o =5.o lugar – US$ 30.000 e 5.200 pontos:
1.a: Taj Burrow (AUS) x Jadson André (BRA)
2.a: Kelly Slater (EUA) x Josh Kerr (AUS)
3.a: Alejo Muniz (BRA) x Heitor Alves (BRA)
4.a: Owen Wright (AUS) x Julian Wilson (AUS)

QUINTA FASE – REPESCAGEM – 1.o=Quartas de Final / 2.o=9.o lugar – US$ 20.000 e 4.000 pontos:
1.a: Jadson André (BRA) 13.60 x 12.93 Adriano de Souza (BRA)
2.a: Kelly Slater (EUA) 14.60 x 6.67 Jeremy Flores (FRA)
3.a: Heitor Alves (BRA) 13.57 x 13.00 Joel Parkinson (AUS)
4.a: Julian Wilson (AUS) 13.97 x 13.27 Fredrick Patacchia (HAV)

QUARTA FASE – 1.o=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: 14.93=Taj Burrow (AUS), 14.77=Adriano de Souza (BRA), 11.37=Jeremy Flores (FRA)
2.a: 19.27=Josh Kerr (AUS), 12.79=Kelly Slater (EUA), 12.50=Jadson André (BRA)
3.a: 12.10=Alejo Muniz (BRA), 8.64=Heitor Alves (BRA), 7.13=Fredrick Patacchia (HAV)
4.a: Joel Parkinson (AUS), Julian Wilson (AUS), Owen Wright (AUS)

TERCEIRA FASE – 2.o=13.o lugar – US$ 14.000 e 1.750 pontos:
Baterias que abriram a quinta-feira:
5.a: Josh Kerr (AUS) 13.33 x 10.83 Raoni Monteiro (BRA)
6.a: Kelly Slater (EUA) x eliminado=Bobby Martinez (EUA)
7.a: Fredrick Patacchia (HAV) 14.14 x 14.07 Mick Fanning (AUS)
8.a: Alejo Muniz (BRA) 14.37 x 8.33 Kieren Perrow (AUS)
9.a: Heitor Alves (BRA) 16.43 x 9.67 Adrian Buchan (AUS)
10: Joel Parkinson (AUS) 14.80 x 9.14 Kai Otton (AUS)
11: Julian Wilson (AUS) 15.03 x 12.57 Brett Simpson (EUA)
12: Owen Wright (AUS) 18.67 x 11.77 C. J. Hobgood (EUA)
Baterias que fecharam a quarta-feira:
1.a: Taj Burrow (AUS) 17.10 x 12.87 Adam Melling (AUS)
2.a: Adriano de Souza (BRA) 15.60 x 12.67 Patrick Gudauskas (EUA)
3.a: Jeremy Flores (FRA) 13.60 x 12.73 Tiago Pires (PRT)
4.a: Jadson André (BRA) 13.44 x 7.93 Damien Hobgood (EUA)

G-32 DO ASP WORLD RANKING – atualizado em 08 de setembro:
1.o: Kelly Slater (EUA) – 71.000 pontos nas quartas de final
2.o: Jordy Smith (AFR) – 52.000
3.o: Mick Fanning (AUS) – 44.949
4.o: Owen Wright (AUS) – 43.100 nas quartas de final
5.o: Taj Burrow (AUS) – 42.940 nas quartas de final
6.o: Jeremy Flores (FRA) – 40.820
7.o: Joel Parkinson (AUS) – 40.007
8.o: Adrian Buchan (AUS) – 36.391
9.o: Bede Durbidge (AUS) – 36.013
10: Michel Bourez (TAH) – 35.500
11: Adriano de Souza (BRA-SP) – 35.000
12: Julian Wilson (AUS) – 34.833 nas quartas de final
13: Damien Hobgood (EUA) – 33.970
14: Josh Kerr (AUS) – 31.799 nas quartas de final
15: Alejo Muniz (BRA-SC) – 30.449 nas quartas de final
16: Gabriel Medina (BRA-SP) – 28.870 – “novidade na elite”
17: Kieren Perrow (AUS) – 27.900
18: Raoni Monteiro (BRA-RJ) – 27.845
19: Matt Wilkinson (AUS) – 27.650
20: Jadson André (BRA-RN) – 27.640 nas quartas de final
21: Heitor Alves (BRA-CE) – 27.295 nas quartas de final
22: Chris Davidson (AUS) – 26.807
23: Brett Simpson (EUA) – 25.700
24: Patrick Gudauskas (EUA) – 24.270
25: Daniel Ross (AUS) – 22.956
26: Yadin Nicol (AUS) – 22.701 – “novidade na elite”
27: Miguel Pupo (BRA-SP) – 22.283 – “novidade na elite”
28: Dane Reynolds (EUA) – 22.020
29: Dusty Payne (HAV) – 21.975
30: Kai Otton (AUS) – 21.650
31: Taylor Knox (EUA) – 21.550
32: Tiago Pires (PRT) – 20.516
Saíram da elite na primeira rotação do ano:
35: Adam Melling (AUS) – 18.957 pontos
36: C. J. Hobgood (EUA) – 18.950
42: Fredrick Patacchia (HAV) – 17.453
45: Bobby Martinez (EUA) – 15.353
46: Gabe Kling (EUA) – 15.217

Por: João Carvalho