ASP admite erro sobre a decisão do título mundial de 2011

Kelly Slater ainda precisa vencer mais uma bateria para garantir seu 11.o título na Califórnia e a próxima será contra Gabriel Medina e Miguel Pupo

Matematicamente, o título mundial de 2011 ainda não está definido. Kelly Slater ainda precisa passar mais uma bateria no Rip Curl Pro Search para garantir o primeiro lugar no ranking final do ASP World Title Race agora em San Francisco. Isto porque o australiano Owen Wright ainda pode empatar com ele se vencer essa etapa e a que fecha a temporada em Banzai Pipeline, no Havaí.

Nesta sexta-feira, a ASP expediu um comunicado admitindo que, devido a um erro de cálculo no seu sistema computadorizado do ranking, o título mundial de 2011 ainda não foi oficialmente decidido e pede desculpas pela entrega prematura do troféu de campeão para Kelly Slater, 39 anos, na quarta-feira em San Francisco.

“Nosso sistema de rankings é concebido para fazer os desempates baseado no ‘seed’ (ranking de entradas) dos atletas”, explica o gerente geral (Tour Manager) da ASP, Renato Hickel. “O Kelly (Slater) e o Owen (Wright) poderiam empatar nos nove resultados computados, aí o sistema foi para os oito melhores e deu vantagem para o Kelly baseado no seed dele. Era assim antes da criação do ASP World Title Race, então foi um erro nosso. Nós somos responsáveis por isso e devemos ser responsabilizados, por isso pedimos desculpas aos nossos fãs, aos surfistas e principalmente ao Owen e ao Kelly”.

Na verdade, Slater precisa vencer mais uma bateria no Rip Curl Pro Search em San Francisco ou na última etapa da temporada, o Billabong Pipe Masters no Havaí nos dias 08 a 20 de dezembro, para confirmar o título mundial de 2011. Já para Owen Wright fazer uso da nova regra – caso haja empate na disputa do título mundial, haverá uma bateria extra para definir o campeão – a única condição é vencer em San Francisco e também no Havaí.

Kelly Slater pareceu tranquilo sobre o assunto, pelas mensagens que postou no seu Twitter: “Guardem aquele material do KS 10 (quando conquistou seu décimo título) se você tiver… só por garantia (hahaha). Não estou brincando. Ainda não venci o título. Ainda tenho que passar mais uma bateria! Devolvam essas camisas e bonés! (sobre o material promocional do 11º título)”.

REVISÃO DAS CHANCES PARA O TÍTULO MUNDIAL DE 2011:
– Se Kelly Slater ganhar mais uma bateria em San Francisco (na quarta ou na quinta fase), ele confirma o seu 11.o título mundial na Califórnia.
– Se Kelly não conseguir ganhar outra bateria em San Francisco, ainda poderá ser o campeão se Owen Wright não vencer o Rip Curl Pro Search.
– Se a corrida do título for para o Havaí, Kelly só precisará vencer uma bateria em Pipeline para confirmar o seu 11.o título mundial na ASP em 2011. Se ele não conseguir, ainda poderá ser o campeão se Owen Wright não vencer o Billabong Pipe Masters.
– Se Owen vencer a última etapa no Havaí e Kelly não ganhar nenhuma bateria em Pipeline, os dois terminarão empatados na soma dos nove resultados computados, bem como nos oito, sete, seis, etc…, com o título mundial de 2011 sendo decidido numa bateria extra em Pipeline.

BRASIL NA DECISÃO DO TÍTULO – Com isso, o Brasil estará pelo segundo ano consecutivo na bateria que pode decidir o título mundial da temporada. No ano passado, Slater confirmou o decacampeonato quando ganhou o duelo contra Adriano de Souza no Rip Curl Pro Search em Porto Rico. Agora em San Francisco, os adversários serão os também paulistas Gabriel Medina e Miguel Pupo. Porém, mesmo perdendo esta bateria, Slater ainda terá a repescagem para garantir o seu 11.o título mundial, sem depender do resultado de Owen Wright na Califórnia.

O Rip Curl Pro Search está parado desde a quarta-feira da coroação prematura do campeão mundial de 2011 em San Francisco. As ondas baixaram bastante em Ocean Beach e a organização preferiu aguardar a chegada de um novo swell (ondulação) mais consistente para a continuação da penúltima etapa do ASP World Title Race 2011, que tem prazo até o dia 12 para ser encerrada nos Estados Unidos.

A competição foi adiada na quinta e na sexta-feira e uma nova chamada foi marcada para as 7:30 horas deste sábado em San Francisco. O próximo dia será iniciado com as duas últimas baterias da terceira fase, a do australiano Josh Kerr com o português Tiago Pires e a do sul-africano Jordy Smith com o norte-americano Patrick Gudauskas. Três brasileiros já estão escalados na rodada dos 12 melhores, fase das duas chances para alcançar as quartas de final da competição.

QUARTA FASE – 1.o=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1ª: Matt Wilkinson (AUS), Taylor Knox (EUA), Kieren Perrow (AUS)
2ª: Kelly Slater (EUA), Gabriel Medina (BRA), Miguel Pupo (BRA)
3ª: Owen Wright (AUS), Alejo Muniz (BRA), Brett Simpson (EUA)
4ª: Joel Parkinson (AUS) + 1.o da 11.a bateria da 3.a fase + 1.o da 12.a

TERCEIRA FASE – 13.o lugar – US$ 8.500 e 1.750 pontos:
Baterias realizadas na quarta-feira:
1ª: Matt Wilkinson (AUS) 13.40 x 13.00 Taj Burrow (AUS)
2ª: Taylor Knox (EUA) 14.60 x 14.57 Bede Durbidge (AUS)
3ª: Kieren Perrow (AUS) 14.10 x 11.43 Adriano de Souza (BRA)
4ª: Gabriel Medina (BRA) 15.37 x 5.36 Fredrick Patacchia (HAV)
5ª: Miguel Pupo (BRA) 11.87 x 11.50 Adrian Buchan (AUS)
6ª: Kelly Slater (EUA) 15.13 x 14.40 Daniel Ross (AUS)
7ª: Owen Wright (AUS) 17.54 x 12.43 Adam Melling (AUS)
8ª: Alejo Muniz (BRA) 15.10 x 14.40 Raoni Monteiro (BRA)
9ª: Brett Simpson (EUA) 16.97 x 10.50 Julian Wilson (AUS)
10: Joel Parkinson (AUS) 13.87 x 6.50 Chris Davidson (AUS)
Ficaram para abrir o próximo dia:
11: Josh Kerr (AUS) x Tiago Pires (PRT)
12: Jordy Smith (AFR) x Patrick Gudauskas (EUA)

Por: João Carvalho