Mineirinho e Medina já estão nas quartas de final do Rip Curl Pro

Adriano de Souza (SP).

 

Adriano de Souza quebrou um tabu para seguir na busca pelo bi em Peniche e Raoni Monteiro despachou Kelly Slater na terceira fase do WCT de Portugal
Os paulistas Adriano de Souza e Gabriel Medina já estão nas quartas de final do Rip Curl Pro em Portugal.

Mineirinho segue firme na busca pelo bicampeonato em Peniche e quebrou o tabu de nunca ter vencido o veterano Kieren Perrow na terceira fase. Depois, ganhou o último confronto da quarta fase na quinta-feira de boas ondas de 5-7 pés em Supertubos. Medina venceu a bateria que abriu esta primeira rodada classificatória para as quartas de final e ainda tem o carioca Raoni Monteiro, que despachou Kelly Slater e vai disputar a repescagem que abre a sexta-feira em Portugal.

Gabriel Medina (SP)

 

Slater foi finalista nesta etapa no ano passado e pode perder a vice-liderança no ranking com a nova derrota para um brasileiro na terceira fase. A outra foi para o catarinense Ricardo dos Santos, o bicampeão da triagem para o Billabong Pro Taiti, nos tubos de Teahupoo. Já Adriano de Souza venceu uma disputa acirrada contra o francês Jeremy Flores e o australiano Mick Fanning, para conquistar a última vaga direta para as quartas de final por 13,10 pontos, contra 13,06 e 12,93, respectivamente.

“Estou bastante motivado para fazer um bom campeonato aqui”, disse Adriano de Souza. “Estou surfando tranqüilo e ninguém está falando muito sobre o meu nome aqui, então está tudo bem parecido com o ano passado. Quando estou feliz, consigo um melhor desempenho e é assim que me sinto. Sei que o caminho para a final é difícil, porque todos estão surfando muito bem aqui em Portugal, mas já estou no meio da estrada. Certamente, será um grande desafio pra mim este último dia”.

Antes, Mineirinho conseguiu acabar com um tabu na terceira fase. Seu adversário era o australiano Kieren Perrow, que estava invicto com cinco vitórias sobre o brasileiro. Com o fim do jejum, Adriano de Souza recuperou a quinta posição no ranking e segue na luta pelo bicampeonato no Rip Curl Pro de Portugal. Além disso, continua com chances matemáticas de brigar pelo título mundial nas outras duas etapas que restam para fechar a temporada 2012 do ASP Tour.

TUBO E AÉREO – Dos três brasileiros que competiram na quinta-feira, o único que só disputou uma bateria foi Gabriel Medina. Ele tinha vencido um dos dois únicos duelos realizados na segunda-feira e só participou da abertura da quarta fase. A vitória no confronto das grandes promessas do surfe brasileiro, havaiano e norte-americano, foi conquistada com a combinação mortal de tubo com aéreo na finalização de Medina que valeu nota 9,57.

O americano Kolohe Andino tinha começado bem com um aéreo gigante nota 9,67 na sua primeira apresentação, enquanto John John Florence não achava as ondas para entrar na briga pela primeira vaga para as quartas de final. Medina não começou bem, quebrou sua prancha, mas depois entrou no ritmo das séries nas esquerdas de Supertubos e de frontside foi ampliando a vantagem a cada onda. A primeira foi nota 8,93, a segunda 7,00, a terceira 7,60 e a quarta valeu o 9,57 que sacramentou a vitória de Gabriel Medina com o maior placar do dia, 18,50 pontos.

“No início da bateria, eu quebrei minha prancha na segunda onda, então fiquei um pouco triste com isso”, contou Gabriel Medina. “Só que a outra prancha que eu peguei, achei até que ela funcionou melhor, então deu tudo certo. Consegui duas notas na casa dos 7 pontos, já tinha uma de 8 e pouco e no final tirei minha maior nota, acima de 9. O mar melhorou um pouco na bateria e foi muito divertido, estou bem feliz pela vitória”.

VITÓRIA SOBRE SLATER – Raoni foi o primeiro brasileiro a competir na quinta-feira e quase não entraram ondas na sua bateria contra Kelly Slater. O onze vezes campeão mundial que no ano passado foi vice-campeão na final contra Adriano de Souza nesta oitava das dez etapas do ASP World Tour 2012, praticamente não surfou. Uma nota 5 garantiu a primeira vitória de Raoni Monteiro sobre o maior ídolo do esporte em duelos eliminatórios no WCT. O resultado foi o mais baixo do dia: 9,20 a 5,27 pontos.

“Fiquei a bateria inteira e 15 minutos depois que ela acabou dentro d´água, ou seja, 45 minutos sem conseguir surfar nada que pudesse me dar uma nota maior do que 3”, lamentou Kelly Slater. “O mar estava difícil, porém não dá pra reclamar, pois o Joel (Parkinson) tinha tirado notas 6 e 7 na bateria anterior e o Julian (Wilson) conseguiu até um 10 na sua, então foi azar mesmo e vou ter que computar um resultado ruim (13.o lugar) no ranking. Agora é concentrar nas próximas etapas para poder continuar brigando pelo título mundial”.

Raoni Monteiro (RJ). Foto: Kirstin Scholtz / ASP

Depois, o fato se repetiu e Raoni participou de uma das baterias mais fracas de ondas da quarta fase contra dois australianos. Só entrou uma série boa no início e outra no final que definiu o resultado. Owen Wright começou melhor com nota 8,57 em um bom tubo. Também nas direitas de Supertubos, Julian Wilson passou por dentro e largou com 8,13, contra 6,83 da primeira onda de Raoni Monteiro.

Owen manteve a ponta até o minuto final, mas ficou na expectativa pelas notas das últimas ondas dos adversários. Raoni precisava de 6,25 pontos e ganhou 5,83, mas Julian Wilson conseguiu a virada com 6,33, pois garantiria a vitória com 4,95. Mesmo assim, o algoz de Kelly Slater ainda tem uma nova chance de classificação para as quartas de final. Raoni vai disputar a última vaga com o francês Jeremy Flores na repescagem em Peniche. Pelas previsões do mar, deve ser o último dia do WCT de Portugal, mesmo com o prazo do Rip Curl Pro terminando só no domingo.

BRIGA PELA LIDERANÇA – Com os resultados da quinta-feira, ninguém mais pode tirar a liderança do ranking de Joel Parkinson em Portugal. O vice-líder Kelly Slater perdeu para Raoni Monteiro na terceira fase e o terceiro do ranking, Mick Fanning, foi eliminado por Owen Wright na terceira bateria da repescagem que fechou o dia. Só ficou a última, do francês Jeremy Flores com Raoni Monteiro, para abrir a sexta-feira em Supertubos.

“Mesmo que ele (Kelly Slater), que estava em segundo no ranking, está fora do evento, ainda tenho muito trabalho pela frente”, falou Joel Parkinson. “Definitivamente posso ganhar um pouco de vantagem com isso, mas acho que está na hora de eu ganhar um campeonato. Há muito tempo não consigo isso (a última foi na segunda etapa de 2011), já fiz três finais esse ano e perdi todas, então espero que as vitórias venham na hora certa”. Parko agora vai enfrentar um concorrente direto na disputa pelo título mundial nas quartas de final em Portugal, o havaiano John John Florence, o mesmo que o derrotou na final do Billabong Rio Pro nos tubos da Barra da Tijuca, em maio no Rio de Janeiro.

QUARTAS DE FINAL DO RIP CURL PRO PORTUGAL:
1.a: Gabriel Medina (BRA) x Josh Kerr (AUS)
2.a: Joel Parkinson (AUS) x John John Florence (HAV)
3.a: Julian Wilson (AUS) x Owen Wright (AUS)
4.a: Adriano de Souza (BRA) x vencedor da 4.a repescagem

REPESCAGEM – Vitória=Quartas de Final / Derrota=9.o lugar – US$ 11.000 e 4.000 pontos:
1.a: Josh Kerr (AUS) 16.57 x 11.84 Kolohe Andino (EUA)
2.a: John John Florence (HAV) 17.03 x 5.80 Adrian Buchan (AUS)
3.a: Owen Wright (AUS) 18.00 x 16.54 Mick Fanning (AUS)
Bateria que vai abrir a sexta-feira:
4.a: Jeremy Flores (FRA) x Raoni Monteiro (BRA)

QUARTA FASE – 1.o=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: 18.50=Gabriel Medina (BRA), 12.80=Kolohe Andino (EUA), 5.77=John John Florence (HAV)
2.a: 12.30=Joel Parkinson (AUS), 7.53=Adrian Buchan (AUS), 6.26=Josh Kerr (AUS)
3.a: 14.46=Julian Wilson (AUS), 13.07=Owen Wright (AUS), 12.66=Raoni Monteiro (BRA)
4.a: 13.10=Adriano de Souza (BRA), 13.06=Jeremy Flores (FRA), 12.93=Mick Fanning (AUS)

TERCEIRA FASE – Vitória=Quarta Fase / Derrota=17.o lugar (US$ 8.500 e 1.750 pontos):
Realizadas na segunda-feira:
1.a: John John Florence (HAV) 10.17 x 7.70 Travis Logie (AFR)
2.a: Gabriel Medina (BRA) 14.66 x 7.60 Brett Simpson (EUA)
Baterias que abriram a quinta-feira:
3.a: Kolohe Andino (EUA) 12.50 x 5.33 Taj Burrow (AUS)
4.a: Josh Kerr (AUS) 13.24 x 10.50 Alejo Muniz (BRA)
5.a: Adrian Buchan (AUS) 11.33 x 10.43 C. J. Hobgood (EUA)
6.a: Joel Parkinson (AUS) 14.73 x 6.17 Dusty Payne (HAV)
7.a: Raoni Monteiro (BRA) 9.20 x 5.27 Kelly Slater (EUA)
8.a: Julian Wilson (AUS) 16.00 x 10.23 Michel Bourez (TAH)
9.a: Owen Wright (AUS) 16.27 x 9.83 Kai Otton (AUS)
10: Adriano de Souza (BRA) 12.43 x 11.33 Kieren Perrow (AUS)
11: Jeremy Flores (FRA) 13.27 x 10.60 Bede Durbidge (AUS)
12: Mick Fanning (AUS) 16.77 x 9.84 Yadin Nicol (AUS)

Por: João Carvalho