Museu do Surf em Santos, sofre com o abandono

Museu do Surf sofre com a falta de manutenção adequada

Situação do imóvel afugenta expositores e resulta na redução do acervo histórico de pranchas e quadros.

Vigas que sustentam o teto da atração têm ferrugens aparentes e que preocupam os frequentadores

 

O tempo passa e deixa marcas. No Museu do Surf, o principal equipamento do Parque Municipal Roberto Mário Santini, no José Menino, em Santos, elas estão por toda parte. E como lá toda a estrutura é de ferro, essas marcas do tempo respondem pelo nome de ferrugem. Nas vigas que sustentam o teto, por serem aparentes, a ferrugem salta à vista – sem trocadilhos.

Não é de hoje que a situação está assim. Desde 2009, quando o parque foi inaugurado, em 26 de janeiro, os problemas já eram visíveis. “Aquele espaço tem uma história complicada. O telhado já estava condenado. Em dois, três meses da inauguração, a ferrugem já era evidente”, diz o presidente da Associação Santos do Surf, Herbert Passos Neto, cuja ONG captou o acervo atualmente exposto no museu.

As paredes são falsas, feitas com estruturas de ferro, revestidas. Mas em vários pontos o revestimento já caiu, deixando à mostra esse ferro, que já está prontinho para virar ferrugem também.

Além disso, das 50 luminárias do museu, a maioria está com as lâmpadas queimadas. E quando um caminhão pipa passa lavando o parque, a água entra por debaixo de uma das portas de vidro – a vedação já se foi. “Nunca houve uma manutenção real aqui”, enfatiza Herbert.

Ainda em julho de 2009, portanto seis meses depois da inauguração do parque, o Museu do Surf foi fechado para reparos. A previsão era de que reabrisse as portas entre 60 e 70 dias. Isso só foi acontecer 180 dias depois. Na ocasião, teriam sido feitos o jateamento e a pintura das vigas de ferro. Segundo Herbert, em três meses, tudo já estava como antes. “Não adianta jatear o que tá tudo enferrujado por dentro”.

Situação do imóvel afugenta expositores e resulta na redução do acervo histórico de pranchas e quadros

Situação do imóvel afugenta expositores e resulta na redução do acervo histórico de pranchas e quadros

Falta de interesse

Por causa da situação do edifício, o acervo, composto apenas por doações, foi encolhendo. “As pessoas viam e não queriam mais expor”. Com isso, cerca de 70 pranchas históricas, e mais de 100 quadros ilustrativos, já foram retirados. “As pranchas estragando, os quadros desbotando (pegando sol), a Prefeitura não colocava cortina, nem deixava colocar. Se não tem condição de cuidar, não é justo que se estrague”.

Mas contemporiza. “Aquilo é um espaço turístico. Mesmo nesse estado deplorável, o museu é muito visitado”, diz. A estimativa, que Herbert salienta ser conservadora, é de que 10 mil pessoas passem pelo Museu do Surf, por mês.

 

Por: Ronaldo Abreu Vaio. Fonte: A Tribuna