O sul-africano Jordy Smith vence o Billabong Rio Pro, e Mineirinho assume a ponta do circuito mundial de surf

Adriano de Souza é o novo líder do ranking mundial, mesmo perdendo a final da etapa brasileira do WCT para o sul-africano Jordy Smith, na Barra da Tijuca lotada no domingo.

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Jordy Smith (AFR). Foto:Daniel Smorigo / ASP

 

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ) – O paulista Adriano de Souza, 25 anos, não conseguiu repetir a vitória conquistada no Rio de Janeiro em 2011, mas assumiu a ponta do ranking mundial mesmo perdendo a final do Billabong Rio Pro para o sul-africano Jordy Smith, 26. A torcida que lotou a praia no domingo não deixou de gritar “Mineiro, Mineiro, Mineiro” como dois anos atrás, principalmente depois da vitória sobre Kelly Slater, 41, no primeiro confronto do dia, e também quando ganhou a semifinal brasileira contra Gabriel Medina, 19. Com a vitória na etapa brasileira do WCT, Jordy Smith saltou do sétimo para o segundo lugar no ranking, com Kelly Slater caindo da primeira para a quarta posição na classificação geral das três etapas do ASP Tour 2013 completadas no Rio de Janeiro.

Adriano de Souza e Jordy Smith no podio do Billabong Rio Pro na Barra da Tijuca

Adriano de Souza e Jordy Smith no podio do Billabong Rio Pro na Barra da Tijuca. Foto:Daniel Smorigo / ASP

“Estou muito feliz e honrado por estar aqui mais uma vez representando o Brasil e queria deixar bem claro pra todos vocês aqui na praia que eu dei o meu melhor lá dentro, dei tudo de mim pensando em vocês”, falou Adriano de Souza, diante da multidão que foi assistir a cerimônia de premiação dos finalistas no pódio do Billabong Rio Pro 2013.

“Quero agradecer todo o apoio da torcida aqui na praia e na internet e também parabenizar o Jordy (Smith) que surfou muito o evento todo e foi melhor do que eu nesses 35 minutos de bateria”, continou Mineirinho, que também falou sobre ter assumido a ponta do ranking pela segunda vez na etapa brasileira do WCT, como em 2011.

Adriano de Souza.

Adriano de Souza. Foto: Daniel Smorigo / ASP

 

“Espero que vocês continuem sempre apoiando e torcendo bastante para todos os surfistas brasileiros no Tour e ser o número 1, ou não, no momento não faz muita diferença pra mim”, disse Adriano, após sua segunda final consecutiva esse ano, pois vem de vitória na etapa mais tradicional do ASP World Tour, em Bells Beach, na Austrália. “Estamos apenas no início da temporada e ainda tem muita coisa pela frente, muitos eventos pela frente e o importante mesmo é terminar o ano como número 1, que é o que eu vou tentar com certeza”.

Na bateria final do Billabong Rio Pro 2013, Mineirinho começou com tudo, pegando três ondas antes do sul-africano surfar a primeira dele. Foram ondas rápidas, mas dando até para fazer um aéreo na finalização para largar na frente com notas 4,67 e 6,17. Jordy Smith aguardou bastante para abrir a bateria e já começou bem com um 7,33. Mineirinho respondeu com 7,17, mas o sul-africano encaixou dois aéreos de frontside numa direita para passar à frente com nota 8,5.

Com ela, abriu 8,66 de vantagem nos 10 minutos finais. Jordy logo pega outra onda boa e voa em mais um aéreo, esse muito alto para tirar 9,30, a maior nota da bateria. Mineirinho passa a precisar de 9,93 pontos e não desiste. Ele acerta um aéreo rodando de frontside, mas só consegue 8,47. Diminuiu a diferença pra 9,33, porém não conseguiu virar o placar que terminou em 17,80 a 16,34 pontos. O sul-africano faturou o maior prêmio do ASP Tour, 100 mil dólares, com Mineirinho ficando com 40 mil do total de meio milhão de dólares distribuídos para os 36 participantes do Billabong Rio Pro 2013.

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Jordy Smith (AFR). Foto:Kirstin Scholtz / ASP

 

“Estou muito feliz. É mais um sonho sendo realizado”, vibrou Jordy Smith. “Eu sabia que poderia vencer uma etapa do WCT de novo, mas precisava provar pra mim mesmo que podia ganhar uma etapa fora da África do Sul, onde venci duas vezes. Só tenho que agradecer a minha namorada, minha família, meu staff aqui na praia, a energia da torcida e parabenizar o Adriano (de Souza) que veio surfando muito o campeonato todo“.

A última vitória de Jordy Smith foi quando ele conquistou o bicampeonato consecutivo no Billabong Pro de Jeffreys Bay, em 2011 na África do Sul. No domingo, decisivo da etapa brasileira do WCT, ele começou o dia ganhando o duelo dos dois notas 10 do sábado contra Filipe Toledo. Depois eliminou o bicampeão mundial Mick Fanning nas semifinais, ultrapassando o australiano no ranking com o título conquistado no Rio de Janeiro.

“Eu comecei o dia um pouco nervoso, porque o Filipe (Toledo) estava surfando de forma impressionante essas ondas aqui”, destacou Jordy Smith “Ainda bem que as coisas foram dando certo e fui ganhando confiança para vencer. Na final eu sabia que o Adriano (de Souza) ia vir com tudo e que ia ser muito difícil ganhar dele. Infelizmente as ondas deram uma diminuída na final, mas consegui acertar minhas manobras e vencer o campeonato”.

NOTA 10 – O Postinho da Barra da Tijuca não decepcionou mais uma vez. O último dia foi marcado pelas manobras aéreas, mas bons tubos também foram surfados nas baterias, desde as quartas de final que abriram o domingo. O paulista Gabriel Medina ganhou a terceira e última nota 10 do Billabong Rio Pro, usando essa combinação de tubo com um aéreo rodando na saída, quando despachou o australiano Adrian Buchan na disputa pela segunda vaga nas semifinais.

Gabriel Medina. Foto: Daniel Smorigo / ASP

Gabriel Medina. Foto: Daniel Smorigo / ASP

 

Mineirinho tinha acabado de eliminar a fera Kelly Slater no confronto que valia a liderança do ranking. Depois os dois se enfrentaram em um duelo emocionante nas semifinais, com ambos soltando os aéreos para o delírio da torcida. Mineirinho assumiu a ponta na sua última onda nota 8,87, mas quase Medina reverte o resultado, que acabou encerrado por décimos de diferença no placar de 17,64 a 17,50 pontos. Ele dividiu o terceiro lugar com o australiano Mick Fanning, que foi barrado pelo campeão Jordy Smith na outra semifinal.

“No final das contas, o terceiro lugar acabou sendo bom pra mim, especialmente por ser aqui no Brasil”, disse Mick Fanning. “Tivemos uma semana bem agitada e um campeonato bem longo, com condições de ondas totalmente adversas e aqui qualquer resultado é imprevisível, então de certa forma estou feliz com o meu resultado. No dia de hoje (domingo), foi um show de grandes manobras e aéreos, com o Gabriel (Medina) e o Filipe (Toledo) surfando muito. Na minha bateria não foi diferente, o Jordy (Smith) surfou muito bem, manobrando muito forte e mereceu a vitória”.

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Mick Fanning (AUS). Daniel Smorigo / ASP

PRÓXIMAS ETAPAS – Depois do Brasil, o ASP World Tour 2013 parte para duas etapas seguidas no mês de junho. A próxima é nos dias 02 a 14 nas Ilhas Fiji. De lá, os melhores surfistas do mundo se enfrentam em Bali, na Indonésia, de 18 a 29 de junho. A Billabong ainda realiza mais duas etapas esse ano nas ondas mais desafiadoras do Circuito Mundial, em Teahupoo nos dias 15 a 26 de agosto no Taiti e o tradicional Billabong Pipe Masters que fecha a temporada nos dias 08 a 20 de dezembro em Banzai Pipeline, no Havaí.

FINAL DO BILLABONG RIO PRO 2013:

Campeão: Jordy Smith (AFR) com 17,80 pontos (notas 9,30+8,50) – US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Adriano de Souza (BRA) com 16,34 (8,47+7,87) – US$ 40.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 20.000 e 6.500 pontos:
1.a: Adriano de Souza (BRA) 17.64 x 17.50 Gabriel Medina (BRA)
2.a: Jordy Smith (AFR) 14.83 x 8.26 Mick Fanning (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar – US$ 15.000 e 5.200 pontos:
1.a: Adriano de Souza (BRA) 15.33 x 12.30 Kelly Slater (EUA)
2.a: Gabriel Medina (BRA) 16.43 x 14.93 Adrian Buchan (AUS)
3.a: Mick Fanning (AUS) 13.37 x 12.37 Sebastian Zietz (HAV)
4.a: Jordy Smith (AFR) 17.76 x 14.07 Filipe Toledo (BRA)

TOP-22 DO ASP WORLD TOUR 2013 – 3 etapas:
01: Adriano de Souza (BRA) – 18.500 pontos
02: Jordy Smith (AFR) – 18.250
03: Mick Fanning (AUS) – 18.200
04: Kelly Slater (EUA) – 16.950
05: Taj Burrow (AUS) – 15.700
06: Nat Young (EUA) – 13.750
07: Filipe Toledo (BRA) – 12.150
08: Joel Parkinson (AUS) – 11.500
09: Michel Bourez (TAH) – 11.000
10: Gabriel Medina (BRA) – 10.000
11: Adrian Buchan (AUS) – 9.700
12: Julian Wilson (AUS) – 8.700
12: Bede Durbidge (AUS) – 8.700
12: Kai Otton (AUS) – 8.700
12: Sebastian Zietz (HAV) – 8.700
16: Josh Kerr (AUS) – 7.500
16: Jeremy Flores (FRA) – 7.500
16: C. J. Hobgood (EUA) – 7.500
19: Travis Logie (AFR) – 6.250
19: Brett Simpson (EUA) – 6.250
21: Matt Wilkinson (AUS) – 6.200
22: Willian Cardoso (BRA) – 5.700
Outros brasileiros:
23: Raoni Monteiro (BRA) – 5.000 pontos
26: Alejo Muniz (BRA) – 4.000
29: Miguel Pupo (BRA) – 2.750

Por: João Carvalho