Gabriel Medina e Filipe Toledo nas quartas de final do Quiksilver Pro France

Os brasileiros Gabriel Medina e Filipe Toledo brilharam mais uma vez nas ondas de La Graviere, que foi palco pelo segundo dia consecutivo do Quiksilver Pro France em Hossegor. Medina pegou ótimos tubos para fazer o maior placar da quinta-feira – 17,43 pontos – em La Graviere, contra o australiano Julian Wilson e o sul-africano Jordy Smith na disputa pela última vaga direta para as quartas de final. Já Filipe Toledo perdeu para o defensor do título da etapa francesa do WCT, Kelly Slater, mas na repescagem despachou o número 3 do ranking, Jordy Smith, para ter um novo desafio contra Slater agora valendo vaga para as semifinais. O vencedor pega quem passar do tira-teima entre Gabriel Medina e Julian Wilson na França.

Gabriel Medina achou os tubos para passar direto para as quartas de final (Foto: Kelly Cestari / ASP)

Gabriel Medina achou os tubos para passar direto para as quartas de final (Foto: Kelly Cestari / ASP)

“Eu espero poder conquistar outra vitória aqui, é tudo o que eu estou procurando”, afirmou Gabriel Medina, que já foi campeão do Quiksilver Pro France em 2011. “Foi uma bateria bem legal contra o Julian (Wilson) e o Jordy (Smith), eu tive uma onda muito boa que quase caí, mas consegui completar ela e estou feliz pela classificação para as quartas de final”.

Medina chegou a quebrar a prancha em sua segunda onda, mas logo pegou outra para conseguir a sua maior nota – 9,93 – da bateria. Na avaliação dos juízes, foi a terceira melhor apresentação do Quiksilver Pro este ano. Só não superou a única nota 10 do campeonato do próprio Gabriel Medina na sexta-feira em Le Penon e a 9,97 do aéreo “alley-oop” de Filipe Toledo na quarta-feira em La Graviere.

“Eu quebrei minha prancha logo no início da bateria, mas essa outra que eu surfei funcionou muito bem nestas ondas”, destacou Gabriel Medina. “Esta é uma Pukas 5´9´´ e eu costumo surfar com uma 5´11´´ . Ela é um pouco mais curta, mas é mais espessa, definitivamente tudo diferente do que costumo usar, mas funcionou bem, eu gostei bastante”.

Agora, pela terceira vez Gabriel Medina vai enfrentar Julian Wilson na França, o mesmo que lhe tirou o título da etapa portuguesa do WCT do ano passado com uma onda surfada nos segundos finais da bateria. Os dois estrearam juntos no Quiksilver Pro e novamente o australiano ganhou por pouco – 15,23 a 15,07 pontos. O troco veio na quinta-feira, com Medina surfando as melhores ondas do dia em La Graviere para totalizar 17,43 pontos, contra apenas 12 pontos de Julian Wilson e 10,77 de Jordy Smith.

Filipe Toledo voando na vitória sobre Jordy Smith na repescagem (Foto: Kirstin Scholtz / ASP)

Filipe Toledo voando na vitória sobre Jordy Smith na repescagem (Foto: Kirstin Scholtz / ASP)

 

Já o estreante da elite, Filipe Toledo, participou da bateria mais fraca de ondas e Kelly Slater acabou vencendo com apenas 10 pontos nas duas notas computadas. O brasileiro só conseguiu somar 7,44, mas depois achou as ondas para usar a fórmula tubos e aéreos e conseguir quase o dobro disso na segunda chance de classificação para as quartas de final. Contra o sul-africano Jordy Smith na repescagem, Filipe se tornou a maior surpresa do campeonato ao despachar o atual terceiro colocado do WCT por 14,73 a 13,64 pontos.

TÍTULO MUNDIAL – Além de Jordy Smith, o número 4 do ranking, Taj Burrow, também foi eliminado em nono lugar no Quiksilver Pro numa briga direta pela ponta na corrida do título mundial contra o líder Mick Fanning. Agora só o atual campeão desta etapa, Kelly Slater, único que não perdeu nenhuma bateria em Hossegor esse ano, ameaça o primeiro lugar do australiano. A briga entre os dois é fase a fase.

“Quando vi que ia ter o Taj (Burrow) pela frente, eu sabia que ia ser uma grande bateria porque ele está em forma, surfando muito bem os últimos eventos. Mas, as ondas não vieram e foi bem difícil a bateria”, contou Mick Fanning. “Era importante pra mim continuar no evento porque a briga do título está bem apertada. Mas, tem que ser assim, bateria por bateria, não adianta pensar lá na frente”.

Depois do Quiksilver Pro France, só tem mais duas etapas para definir o campeão mundial da temporada e o grupo dos 22 surfistas que permanecem na elite para o WCT de 2014. Com os resultados da quinta-feira atualizados no ranking, Fanning já totaliza 47.100 pontos e só Kelly Slater pode supera-lo na França. Além disso, os dez primeiros colocados, incluindo o brasileiro Adriano de Souza, ainda têm chances matemáticas de conquistar o título mundial nos dois últimos desafios do ano, o Rip Curl Pro de 9 a 20 de outubro que já foi vencido por Mineirinho em Portugal e o Billabong Pipe Masters de 8 a 20 de dezembro no Havaí.

G-22 PARA 2014 – Na briga pelas vagas no grupo dos 22 que serão mantidos na divisão de elite do ASP World Tour para o ano que vem, o norte-americano Brett Simpson entrou na lista quando passou por Adriano de Souza na terceira fase em La Graviere. Ele acabou tirando o australiano Matt Wilkinson do G-22 do WCT na única mudança de nomes registrada no Quiksilver Pro France. Assim como Wilkinson, dois brasileiros estão fora da zona de classificação para o WCT 2014, o paulista Miguel Pupo e o carioca Raoni Monteiro.

Eles também não aparecem entre os dez indicados pelo ASP World Ranking para completar a elite dos top-34 da ASP, que reserva duas vagas para os atletas que se contundiram durante o ano. O catarinense Alejo Muniz é outro que não faz uma boa temporada na divisão principal, é o 28.o do WCT, mas o segundo no G-10 do ranking unificado da ASP, posição conquistada com a vitória no ASP Prime US Open of Surfing na Califórnia, Estados Unidos.

Pelo ASP World Ranking, também estão se classificando o potiguar Jadson André e o catarinense Wiliian Cardoso. No momento, eles substituiriam Miguel Pupo e Raoni Monteiro para defender o Brasil no ano que vem junto com Adriano de Souza, Filipe Toledo, Gabriel Medina e Alejo Muniz. Mas, ainda têm três etapas do ASP Prime de 6.500 pontos que podem provocar grandes mudanças no G-10 até o fechamento da temporada 2013 no Havaí.

A primeira chamada para as quartas de final do Quiksilver Pro na sexta-feira foi marcada para as 8 horas na França, 3 da madrugada pelo fuso horário de Brasília. Um duelo australiano entre Joel Parkinson e Kai Otton abre o último dia da etapa francesa do WCT, que está sendo transmitida ao vivo pela internet e o link pode ser acessado clicando-se no banner do evento na capa do www.aspsouthamerica.com

QUARTAS DE FINAL DO QUIKSILVER PRO FRANCE – 5.o lugar – US$ 14.500 e 5.200 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) x Kai Otton (AUS)
2.a: Mick Fanning (AUS) x John John Florence (HAV)
3.a: Kelly Slater (EUA) x Filipe Toledo (BRA)
4.a: Julian Wilson (AUS) x Gabriel Medina (BRA)
QUINTA FASE – REPESCAGEM – Vitória=Quartas de Final / Derrota=9.o lugar – US$ 12.000 e 4.000 pontos:
1.a: Joel Parkinson (AUS) 9.60 x 8.17 Michel Bourez (TAH)
2.a: Mick Fanning (AUS) 10.17 x 5.94 Taj Burrow (AUS)
3.a: Filipe Toledo (BRA) 14.73 x 13.64 Jordy Smith (AFR)
4.a: Julian Wilson (AUS) 15.20 x 7.44 Brett Simpson (EUA)
QUARTA FASE – Vitória=Quartas de Final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: 1-Kai Otton (AUS)=19.17, 2-Joel Parkinson (AUS)=17.80, 3-Taj Burrow (AUS)=17.50
Baterias que abriram a quinta-feira:
2.a: 1-John John Florence (HAV)=12.17, 2-Mick Fanning (AUS)=8.00, 3-Michel Bourez (TAH)=6.73
3.a: 1-Kelly Slater (EUA)=10.00, 2-Filipe Toledo (BRA)=7.44, 3-Brett Simpson (EUA)=7.30
4.a: 1-Gabriel Medina (BRA)=17.43, 2-Julian Wilson (AUS)=12.00, 3-Jordy Smith (AFR)=10.77
 

Por: João Carvalho