Começa a contagem regressiva para o primeiro título mundial do Brasil no WCT

Gabriel Medina volta a competir no palco da sua primeira vitória no ASP World Tour e chega na França com 6.500 pontos de vantagem sobre o vice-líder do ranking, Kelly Slater, mas outros doze surfistas ainda têm chances matemáticas de ser campeão mundial esse ano.

Gabriel Medina Foto:Kirstin Scholtz / ASP

Gabriel Medina Foto:Kirstin Scholtz / ASP

 

O prazo da nona das onze etapas do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour 2014 começa nesta quinta-feira e vai até o dia 6 de outubro na França. Agora, efetivamente, inicia-se a contagem regressiva para o primeiro título mundial do Brasil no WCT com o paulista Gabriel Medina, 20 anos, que lidera o ranking com 6.500 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Kelly Slater, 42 anos. Mas, o campeão da temporada não poderá ser definido no Quiksilver Pro France, pois Slater ainda terá chances de ultrapassar o brasileiro se vencer as duas últimas etapas do ano, o Moche Rip Curl Pro nos dias 12 a 23 de outubro em Portugal e o Billabong Pipe Masters de 8 a 20 de dezembro no Havaí.

Nas oito etapas realizadas este ano, Medina é o único que venceu três e duas delas onde nenhum brasileiro ainda tinha conquistado um título. O primeiro troféu de campeão inédito para o Brasil foi logo na etapa que abriu a temporada 2014 do ASP World Championship Tour, o Quiksilver Pro Gold Coast, Austrália. O segundo foi no Fiji Pro nos tubos perfeitos da ilha de Tavarua em Fiji. E a terceira vitória aconteceu nas ondas mais temidas do Circuito Mundial, em Teahupoo no Billabong Pro Tahiti. Ele conquistou 51.350 pontos dos 80.000 disputados, ou seja, apresenta o maior índice de aproveitamento da temporada, 64,2%.

Campeão em Fij

Gabriel Medina em Fij

 

No momento, os quatorze primeiros colocados no ranking ainda têm chances matemáticas para isso, caso Medina não passe nenhuma bateria em Hossegor, o que é bastante improvável, mas não impossível de acontecer. Foi nas ondas francesas que Gabriel Medina impressionou o mundo pela primeira vez com seus aéreos, ao ganhar com duas notas 10 a competição Grommets para surfistas com até 15 anos de idade do Quiksilver Pro France. E foi também neste campeonato que ele conquistou a sua primeira vitória no WCT em 2011, derrotando o australiano Julian Wilson na final depois de atropelar Kelly Slater nas quartas de final com uma “combination”, quando o oponente fica precisando de mais de dez pontos para reverter o resultado. No ano passado, ele fez outra final, mas desta vez foi derrotado pelo australiano Mick Fanning.

Medina estreia na sexta bateria da primeira fase contra o português Tiago Pires e o norte-americano Dane Reynolds. Caso perca esta, terá outra chance de classificação na repescagem e se passar já elimina um dos concorrentes, o 14.o do ranking, Bede Durbidge, da Austrália. Slater compete antes dele, na quinta bateria contra os australianos Matt Wilkinson e Matt Banting, uma das novidades já confirmadas para a primeira elite dos top-34 da World Surf League (WSL), novo nome da Association of Surfing Professionals (ASP) a partir de 2015.

Gabriel Medina, campeão na França.

Gabriel Medina, campeão na França.

 

Matematicamente, Slater é o único a impedir que o título mundial seja decidido na França. Se vencer o Quiksilver Pro pela segunda vez, Gabriel Medina atinge 61.350 pontos no ranking. Mas, mesmo ficando em último nesta etapa, perdendo na primeira fase e na repescagem, Kelly Slater ainda pode chegar a 63.100 pontos com vitórias no Moche Rip Curl Pro em Portugal e no Billabong Pipe Masters no Havaí. E apenas mais três ainda teriam chances de superar Gabriel Medina nas duas últimas etapas da temporada, caso o brasileiro vença na França. Mas, para isso, só se Joel Parkinson for um dos semifinalistas em Hossegor, Michel Bourez ter chegado nas quartas de final e Mick Fanning ter passado da terceira fase, ou seja, vencido duas baterias.

Ainda assim, o brasileiro eliminaria nove dos treze adversários na corrida do título com os 10.000 pontos da vitória no Quiksilver Pro. Desde o atual sexto colocado, Taj Burrow, seguido por Adriano de Souza, até o 14.o, Bede Durbidge, que já sai da briga se Medina vencer uma bateria em Hossegor. Se ganhar mais uma e passar da terceira fase, ele tira Josh Kerr. Nas quartas de final não muda nada e se for semifinalista derruba Owen Wright. Passando para a final, elimina mais três, Kolohe Andino, Nat Young e Jordy Smith, que venceu o Hurley Pro Trestles semana passada em San Clemente, na Califórnia, Estados Unidos. E se for o campeão do Quiksilver Pro France, Medina já acaba com as chances de outros três, Taj Burrow, Adriano de Souza e John John Florence, além dos três citados no parágrafo acima, caso eles não consigam os resultados mínimos para continuarem na briga.

DISPUTA DO TÍTULO MUNDIAL COM VITÓRIA DE GABRIEL MEDINA NA FRANÇA – 61.350 pontos:
+ Kelly Slater poderá atingir 63.100 pontos com vitórias nas etapas de Portugal e Pipeline, mesmo ficando em último lugar na França, sem vencer nenhuma bateria em Hossegor
+ Joel Parkinson para continuar com chances precisaria no mínimo ter sido semifinalista na França para alcançar 62.100 pontos com duas vitórias nas últimas etapas
+ Mick Fanning garante sua chance de título ao passar da terceira fase na França, quando iguala os 61.350 pontos de Medina se vencer em Portugal e Pipeline
+ Michel Bourez segue na briga só se chegar nas quartas de final do Quiksilver Pro France para poder atingir 61.450 pontos

ELIMINANDO ADVERSÁRIOS A CADA FASE QUE AVANÇAR NA FRANÇA:
– com os 61.350 pontos que atinge com uma vitória no Quiksilver Pro, Gabriel Medina elimina 9 dos 14 concorrentes que chegaram com chances matemáticas de título mundial na França:
– chega a 53.100 pontos se passar uma bateria na primeira fase ou na repescagem e Bede Durbidge (14.o no ranking) é o primeiro a sair da lista
– chega a 55.350 pontos se ganhar mais uma bateria e passar da terceira fase, com Josh Kerr (13.o) sendo o segundo eliminado da briga
– chega a 57.850 pontos se alcançar as semifinais e Owen Wright (11.o) sai da disputa
– chega a 59.350 pontos se passar para a final e tira mais três, Kolohe Andino (9.o), Nat Young (10.o) e Jordy Smith (11.o)
– atinge 61.350 pontos se vencer o Quiksilver Pro France e já derruba mais três, Taj Burrow (6.o), Adriano de Souza (7.o) e John John Florence (8.o), mesmo que eles sejam o campeão das duas últimas etapas em Portugal e no Havaí

QUIKSILVER PRO & ROXY PRO FRANCE – Apesar do prazo do Quiksilver Pro France começar nesta quinta-feira, é grande a possibilidade do campeonato não ser iniciado no primeiro dia. Isto porque o prazo do Roxy Pro France, etapa feminina do WCT que também acontece em Hossegor, começou na terça-feira e seu início foi adiado também na quarta-feira por falta de ondas nas praias da Côte D´Argent Francesa. Como o feminino tem que terminar até segunda-feira, 29 de setembro, pode ser que tentem adiantar a competição das meninas, já que o masculino ainda vai até o dia 6 de outubro. Mas, a primeira chamada do dia é para os dois eventos, que serão transmitidos ao vivo pelo www.aspworldtour.com

ÚLTIMAS ETAPAS DA ASP – Depois do Quiksilver Pro France, restarão apenas duas etapas para fechar o Samsung Galaxy ASP World Championship Tour 2014. A penúltima é o Moche Rip Curl Pro Portugal nos dias 12 a 23 de outubro em Supertubos, Peniche. E o Billabong Pipe Masters encerra a história da Association of Surfing Professionals nos dias 8 a 20 de dezembro em Banzai Pipeline, na ilha de Oahu, Havaí. Isto porque à partir de 2015, a ASP muda o seu nome para World Surf League (WSL).

O Samsung Galaxy ASP Women´s World Tour 2014 também terá mais três etapas para decidir o título mundial nos mesmos países do masculino, mas em datas e até algumas praias diferentes. O Roxy Pro France começou na terça-feira e vai até 29 de setembro e no dia 1.o de outubro, enquanto os homens ainda competem em Hossegor, começa o prazo do Cascais Women´s Pro em Portugal, que vai até o dia 7 na Praia do Guincho, em Cascais, Estoril. E as meninas voltam a fechar a temporada no Havaí esse ano, com o retorno do Maui Women´s Pro em Honolua Bay, de 24 de novembro a 6 de dezembro na ilha de Maui.

PRIMEIRA FASE DO QUIKSILVER PRO FRANCE – 1.o=Terceira Fase / 2.o e 3.o=Repescagem:

1.a: Taj Burrow (AUS), Fredrick Patacchia (HAV), Travis Logie (AFR)
2.a: Michel Bourez (TAH), Sebastian Zietz (HAV), Brett Simpson (EUA)
3.a: Mick Fanning (AUS), Filipe Toledo (BRA), Jeremy Flores (FRA)
4.a: Joel Parkinson (AUS), Kai Otton (AUS), Raoni Monteiro (BRA)
5.a: Kelly Slater (EUA), Matt Wilkinson (AUS), Matt Banting (AUS)
6.a: Gabriel Medina (BRA), Tiago Pires (PRT), Dane Reynolds (EUA)
7.a: Adriano de Souza (BRA), C. J. Hobgood (EUA), Aritz Aranburu (ESP)
8.a: John John Florence (HAV), Julian Wilson (AUS), Jadson André (BRA)
9.a: Kolohe Andino (EUA), Miguel Pupo (BRA), Dion Atkinson (AUS)
10: Nat Young (EUA), Adrian Buchan (AUS), Alejo Muniz (BRA)
11: Jordy Smith (AFR), Bede Durbidge (AUS), Mitch Crews (AUS)
12: Owen Wright (AUS), Josh Kerr (AUS), Adam Melling (AUS)

PRIMEIRA FASE DO ROXY PRO FRANCE – 1.a=Terceira Fase / 2.a e 3.a=Repescagem:
1.a: Malia Manuel (HAV), Dimity Stoyle (AUS), Pauline Ado (FRA)
2.a: Tyler Wright (AUS), Laura Enever (AUS), Alessa Quizon (HAV)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS), Courtney Conlogue (EUA), Lee-Ann Curren (FRA)
4.a: Stephanie Gilmore (AUS), Johanne Defay (FRA), Alana Blanchard (HAV)
5.a: Carissa Moore (HAV), Coco Ho (HAV), Paige Hareb (NZL)
6.a: Lakey Peterson (EUA), Bianca Buitendag (AFR), Nikki Van Dijk (AUS)

TOP-22 DO RANKING DO SAMSUNG GALAXY ASP WORLD TOUR 2014 – 8 etapas:
1.o: Gabriel Medina (BRA) – 51.350 pontos
2.o: Kelly Slater (EUA) – 44.850
3.o: Joel Parkinson (AUS) – 41.350
4.o: Mick Fanning (AUS) – 39.600
5.o: Michel Bourez (TAH) – 38.500
6.o: Taj Burrow (AUS) – 37.700
7.o: Adriano de Souza (BRA) – 35.800
8.o: John John Florence (HAV) – 31.950
9.o: Kolohe Andino (EUA) – 29.450
10: Nat Young (EUA) – 29.400
11: Jordy Smith (AFR) – 28.900
11: Owen Wright (AUS) – 28.900
13: Josh Kerr (AUS) – 24.500
14: Bede Durbidge (AUS) – 23.200
15: Adrian Buchan (AUS) – 20.950
16: Miguel Pupo (BRA) – 18.200
17: Julian Wilson (AUS) – 17.500
18: C. J. Hobgood (EUA) – 17.200
19: Fredrick Patacchia (HAV) – 17.000
20: Sebastian Zietz (HAV) – 14.950
21: Filipe Toledo (BRA) – 14.750
22: Kai Otton (AUS) – 13.750
Outros brasileiros:
27: Alejo Muniz (BRA) – 11.200 pontos
29: Jadson André (BRA) – 10.250
35: Raoni Monteiro (BRA) – 4.000

TOP-10 DO RANKING FEMININO ASP WORLD TOUR – 7 etapas:
1.a: Sally Fitzgibbons (AUS) – 52.700 pontos
2.a: Stephanie Gilmore (AUS) – 50.750
3.a: Carissa Moore (HAV) – 48.200
4.a: Tyler Wright (AUS) – 46.200
5.a: Malia Manuel (HAV) – 33.650
6.a: Lakey Peterson (EUA) – 32.100
7.a: Bianca Buitendag (AFR) – 30.400
8.a: Laura Enever (AUS) – 28.250
9.a: Dimity Stoyle (AUS) – 26.650
10: Coco Ho (HAV) e Johanne Defay (FRA) – 25.450

Por: João Carvalho