Perna brasileira do Circuito Mundial da ASP começa neste fim de semana em Florianópolis

Surfistas de 23 países vão competir nas etapas do ASP 6-Star masculina e ASP 5-Star feminina do Oceano Santa Catarina Pro que marca o retorno da Praia da Joaquina depois de 12 anos sem sediar um evento do circuito qualificatório para o WCT

Começa neste fim de semana a nova “perna brasileira de fim de ano” da ASP South America, com três etapas seguidas que serão decisivas na disputa pelas vagas do ASP Qualification Series para as elites masculina e feminina do WCT. A largada é neste sábado com a estreia do Oceano Santa Catarina Pro, que marca o retorno da Praia da Joaquina e de Florianópolis ao Circuito Mundial de Surfe Profissional com etapas do ASP 6-Star masculina e ASP 5-Star feminina que vão até o sábado seguinte. Depois todos partem para o litoral sul da Bahia, onde será realizado pelo segundo ano consecutivo o ASP 4-Star Mahalo Surf Eco Festival, do dia 27 a 1.o de novembro na Praia da Tiririca, em Itacaré, também com provas do QS masculina e feminina. E para fechar a “perna brasileira”, mais uma estreia com o O´Neill SP Prime nos dias 3 a 9 de novembro na Praia de Maresias, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.

Cerca de 250 surfistas de mais de vinte países vão invadir o Brasil a partir desta semana para competir nos três eventos. Um total de 176 competidores de 21 países já está inscrito para disputar a categoria masculina do ASP 6-Star Oceano Santa Catarina Pro e no ASP 5-Star feminino são 28 representantes de dez países, incluindo algumas tops da elite mundial, como as havaianas Coco Ho e Alessa Quizon, a australiana Laura Enever e a francesa Pauline Ado.

silvanalima

A grande atração será a cearense Silvana Lima.

 

Outra grande atração será a cearense Silvana Lima, que já garantiu o seu retorno ao WCT com a primeira colocação no ranking do ASP Women´s Qualification Series, pois ela não perde mais esta posição nas três etapas que restam para fechar a temporada feminina. Além das duas no Brasil, a ASP South America encerra este circuito com outra estreia no Chile, o Maui and Sons Woman Pichilemu Pro nos dias 13 a 16 de novembro nas grandes ondas de Punta de Lobos.

Entre os homens, Adriano de Souza, Jadson André e Alejo Muniz, também reservaram vagas, mas dependem das suas participações na etapa portuguesa do WCT, que tem prazo até o dia 23 para ser encerrada em Peniche. Já os cinco brasileiros que estão se classificando para a elite mundial do ano que vem estão confirmados, os paulistas Wiggolly Dantas e Jessé Mendes, os catarinenses Tomas Hermes e Willian Cardoso e o potiguar Italo Ferreira.

Além deles, todos que estão na briga direta pelas vagas no G-10 do QS vão competir na última etapa do ano com nível 6 estrelas de 3.500 pontos na Praia da Joaquina, como o havaiano Keanu Asing (7.o no ranking), Charles Martin (10) da Ilha Guadalupe, os norte-americanos Tim Reyes (14), Michael Dunphy (16) e Patrick Gudauskas (20), os neozelandeses Ricardo Christie (17) e Billy Stairmand (18), os franceses Maxime Huscenot (19) e Joan Duru (21), os australianos Jack Freestone (24), Davey Cathels (27), Yadin Nicol (30) e Nathan Hedge (43), o sul-africano Beyrick De Vries (31), o espanhol Gony Zubizarreta (37) e o costa-ricense Carlos Muñoz (44), entre outros.

23 PAÍSES NA JOAQUINA – Os estrangeiros são maioria entre os 167 inscritos na categoria masculina do ASP 6-Star Oceano Santa Catarina Pro, com 89 surfistas de vinte países contra 78 brasileiros. O maior contingente vem dos Estados Unidos com dezesseis participantes, seguidos pela Australia (11), Havaí (9), França (8), África do Sul (6), Argentina (5), Espanha (4), Portugal (4), Taiti (4), Japão (4), Nova Zelândia (3), Chile (3), Guadalupe (2), Costa Rica (2), Peru (2), Venezuela (2), Uruguai (1), Marrocos (1), Indonésia (1) e Ilha Reunião (1).

Entre as meninas o fato se repete e a maioria das 28 participantes já confirmadas para o ASP 5-Star Oceano Santa Catarina Pro é de outros nove países, dezoito no total contra dez do Brasil, cuja lista é encabeçada por duas ex-tops do WCT, a cearense Silvana Lima e a catarinense Jacqueline Silva. O maior pelotão estrangeiro é do Havaí com cinco inscritas, seguido pela Austrália (4), França (2), África do Sul (2), Estados Unidos (1), Inglaterra (1), Espanha (1), Argentina (1) e Barbados (1). Com isso, o número de países que estarão representados na Joaquina sobe para 23, incluindo a inglesa Keshia Eyre e Chelsea Tuach, de Barbados, duas nações que não têm nenhum inscrito na categoria masculina.

A expectativa é grande para o retorno de um dos principais palcos da história do surfe brasileiro ao cenário internacional. A Praia da Joaquina não recebe uma etapa do circuito qualificatório para o WCT desde 2002 e o sul-africano Travis Logie, que hoje integra a divisão de elite do ASP World Tour, foi quem festejou o último título na Ilha da Magia. Mas, o recordista de vitórias na “Joaca” é o catarinense Neco Padaratz, campeão em 1995 e 1998. No total, foram onze etapas do extinto WQS (World Qualifying Series) realizadas na praia mais famosa da Ilha de Santa Catarina entre os anos de 1992 e 2002 e o Oceano Santa Catarina Pro agora vai dar continuidade na história da Joaquina no Circuito Mundial.

CAMPEÕES NA JOACA – A torcida que certamente vai lotar a Praia da Joaquina é para mais uma vitória brasileira nas ondas da “Joaca”. Na estreia do Mundial WQS em 1992, quando a ASP implantou as duas divisões no Circuito Mundial, quem fez a festa no alto do pódio foi o australiano Michael Barry. No mesmo ano aconteceu outra etapa que foi vencida pelo baiano Jojó de Olivença. Em 1993, foram mais duas provas e ambas conquistadas por brasileiros que igualmente já aposentaram a carreira de surfista profissional, o carioca Pedro Muller e o paulista Tinguinha Lima.

Em 1994, o havaiano Shane Dorian quebrou a série de vitórias verde-amarelas, que logo voltou com Neco Padaratz sendo bicampeão em 1995 e 1998 (em 1996 e 1997 não teve nenhuma etapa), o paraibano Fábio Gouveia vencendo em 1999 e o baiano Armando Daltro comemorou o último título brasileiro na Joaquina em 2000. Em 2001, o campeão foi o francês Mikael Picon e em 2002 a vitória foi sul-africana de Travis Logie, único que ainda continua participando do Circuito Mundial da ASP até hoje, inclusive sendo um dos top-34 da elite atual do WCT.